julho 26, 2011

Me chama...


A música fala por si.

julho 25, 2011

Corpo presente, cabeça e coração distantes...



Minha vida tá uma correria bem tensa de final de faculdade: TCC, 11 cadeiras teoricamente, estágio, formatura, pressão social com o exame de merda da OAB, planos, planos, planos e muitas incertezas. Até acho que tudo isso é bem normal, mas que mexe com todas as minhas estruturas, mexe. E muito!
Não consigo parar de ler blogs de viagem e sonhar com o dia em que eu vou arrumar as minhas malinhas e me mandar daqui, de vez. Estudar no exterior é o mínimo pra o que eu quero. Quero ir embora, quero não ter data pra voltar, quero ir pra onde me der vontade e absorver tudo de cada lugar.
Amo viajar, mas, mais do que isso, sonho em conhecer e viver outras culturas... sonho em voltar para Portugal. Etc, etc, etc.

Ah... querer é muito pouco pra mim.

julho 15, 2011

"Amar é aceitar a parte fora do lugar do outro. O lado obscuro, sujo, quase cruel. Porque ninguém é santo, puro e limpo o tempo inteiro."


Li essa frase no Facebook de uma gaúcha queridona que conheci em Roma. E me senti quase aliviada por constatar que, sim, tais palavras dizem a mais pura verdade.
Fui muito amada por ser casta, pura, "intocável" e blablablas. Por ser romântica e sonhadora. Por ser (ora bem, acreditem) ingênua. Fui amada por ser considerada uma pessoa legal, gente boa, querida, sincera, honesta e outros tantos blablablas bem legais. Fui muito amada. Por muito tempo. Dividi sonhos, planos, uma vida inteira com aquele cara que, cheio de defeitos incorrigíveis (e, hoje, quase inaceitáveis pra mim), era "perfeito". Acreditei que o nosso amor nunca fosse acabar.
Contrariando nossos anseios, o destino se encarregou de mostrar que não éramos perfeitos um para o outro, que não éramos o número um do outro e que não devíamos mais permanecer juntos. O fim foi inevitável. Doloroso e cruel, mas inevitável. Depois de brigas que noutros tempos acreditávamos serem impossíveis de acontecer um dia, cada um seguiu o seu caminho sem olhar para trás.
Por muito tempo, nossa relação foi maravilhosa, uma base forte para tudo o que queríamos que viesse pela frente. Tudo o que não veio, feliz ou infelizmente.
Hoje, depois de ler a frase prólogo desse texto, pergunto-me: será que tudo não passou de uma forte idealização? Será que fui amada somente pelas minhas ditas qualidades? Se sim, foi amor de verdade? Acredito numa resposta positiva a tudo isso, mas a reflexão se faz presente mesmo assim...


Eu quis o pacote completo, aceitei me entregar para o meu contraponto mais forte e, por isso, posso dizer que amei. E qual amor não dá sentido à vida? Os meus, levo sempre comigo, com todas as lições que irreversivelmente marcaram o meu ser.

julho 10, 2011

O nosso amor, a gente inventa



Hoje, vi uma entrevista com o Cazuza que mexeu bastante comigo. Ele explicava o contexto da música O Nosso Amor a Gente Inventa, que foi inspirada num amor bem tragédia grega, intenso durante a sua existência e repugnante depois do seu término.
Identifiquei-me bastante? Of course. Vivi um amor exatamente assim...
Um amor que me tirava o fôlego em cada encontro, que me fazia sair de órbita em cada pensamento, que me inspirava a fazer mais e melhor tudo o que eu pudesse. Aquele amor que me deixava cansada, um cansaço bom, resultado de um desejo recíproco que parecia não ter fim... aquele amor que impregnou cada pedacinho meu, que eu respirava, comia e bebia incessantemente... que me deixou num êxtase profundo e marcante por muito tempo, tamanho encantamento e fascínio que me causou.
Foi um amor simples, de passar os finais de semana sem se desgrudar um do outro e, ainda assim, morrer de saudade na segunda, telefonando noite e dia. Um amor cheio de sintonia, de se concretizar a cada feliz "coincidência" que a vida trazia à tona. Um amor que completava e dava sentido à vida daquele casal, que muitas vezes não acreditava em tantas afinidades, tantas alegrias e tanta paz que a vida em comum podia lhes causar. Foi um amor natural, de apresentar para os amigos e para a família e parecer que aquele encontro era só questão de tempo na vida dos dois. Os dois, com poucas diferenças que faziam todo o sentido para completar a perfeição daquele amor. Os dois, que podem não ter sido o amor da vida um do outro, mas que levarão para sempre as marcas do que viveram juntos. Foi um amor inventado, que a gente inventou...
Amor tão real, tão recíproco, tão maravilhoso. Paixão desenfreada, que me deu sede e fome dele. Paixão bonita, deliciosa, intensa... efêmera.
Durou tanto e tão pouco tempo. Marcou tanto. Foi tão importante para as nossas vidas... mas quando acabou, acabou. De verdade e pra sempre. Ou nunca mais...
Nada mais natural que, no seu lugar, ficasse a presença do ódio e do rancor, um vazio inexplicável que nunca vai ser preenchido. O sentimento bom foi tão extremo que a sua ausência trouxe o extremismo do seu oposto. Exageradamente, como sempre foi.


Não pode ver que no meu mundo
Um troço qualquer morreu,
Num corte lento e profundo
Entre você e eu.


Ainda bem.