julho 10, 2011

O nosso amor, a gente inventa



Hoje, vi uma entrevista com o Cazuza que mexeu bastante comigo. Ele explicava o contexto da música O Nosso Amor a Gente Inventa, que foi inspirada num amor bem tragédia grega, intenso durante a sua existência e repugnante depois do seu término.
Identifiquei-me bastante? Of course. Vivi um amor exatamente assim...
Um amor que me tirava o fôlego em cada encontro, que me fazia sair de órbita em cada pensamento, que me inspirava a fazer mais e melhor tudo o que eu pudesse. Aquele amor que me deixava cansada, um cansaço bom, resultado de um desejo recíproco que parecia não ter fim... aquele amor que impregnou cada pedacinho meu, que eu respirava, comia e bebia incessantemente... que me deixou num êxtase profundo e marcante por muito tempo, tamanho encantamento e fascínio que me causou.
Foi um amor simples, de passar os finais de semana sem se desgrudar um do outro e, ainda assim, morrer de saudade na segunda, telefonando noite e dia. Um amor cheio de sintonia, de se concretizar a cada feliz "coincidência" que a vida trazia à tona. Um amor que completava e dava sentido à vida daquele casal, que muitas vezes não acreditava em tantas afinidades, tantas alegrias e tanta paz que a vida em comum podia lhes causar. Foi um amor natural, de apresentar para os amigos e para a família e parecer que aquele encontro era só questão de tempo na vida dos dois. Os dois, com poucas diferenças que faziam todo o sentido para completar a perfeição daquele amor. Os dois, que podem não ter sido o amor da vida um do outro, mas que levarão para sempre as marcas do que viveram juntos. Foi um amor inventado, que a gente inventou...
Amor tão real, tão recíproco, tão maravilhoso. Paixão desenfreada, que me deu sede e fome dele. Paixão bonita, deliciosa, intensa... efêmera.
Durou tanto e tão pouco tempo. Marcou tanto. Foi tão importante para as nossas vidas... mas quando acabou, acabou. De verdade e pra sempre. Ou nunca mais...
Nada mais natural que, no seu lugar, ficasse a presença do ódio e do rancor, um vazio inexplicável que nunca vai ser preenchido. O sentimento bom foi tão extremo que a sua ausência trouxe o extremismo do seu oposto. Exageradamente, como sempre foi.


Não pode ver que no meu mundo
Um troço qualquer morreu,
Num corte lento e profundo
Entre você e eu.


Ainda bem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário