dezembro 28, 2010

Boas (ótimas) festas!

Como eu esperava, tive um natal maravilhoso: família reunida em volta da lareira ou do fogão o dia todo, fosse conversando, fosse cozinhando para a noite do dia 24. Muitas fotografias, histórias de família, histórias de outras famílias, brincadeiras e risadas constantes marcaram esta data tão importante para mim. Bem diferente do que acontece no Brasil, o nosso natal não foi uma preparação para a ceia, meia noite e troca de presentes. Foi união. Foi afinidade. Foi cumplicidade. O tempo todo! Desde que chegamos à fria e úmida Golegã (lembrei-me bastante, claro, das friacas pelotenses de julho), na manhã do dia 24, até o exato momento de voltarmos para casa, na manhã do dia 27.

Não preciso nem comentar que comi demais, né? A comilança faz parte do protocolo natalino...

Ave Maria

Além de todas as alegrias que eu vivi no feriado mais lindo do ano, fui presenteada pelos Filipes com um passeio à Fátima! Lá fomos nós, na manhã congelante do dia 26 (0 ºC), subir a serra de Santarém até chegarmos ao imponente Santuário.
Para quem não sabe, Nossa Senhora de Fátima foi a escolhida pela Bebé para ser minha madrinha do céu. Assim como a minha Bebezinha e a minha avó, sempre tive grande fé na força e no poder dessa santa maravilhosa, que nunca me desamparou. Em razão disso é que, independente dos discursos céticos que acompanham a história dos milagres e das aparições (e que, diga-se, eu não deixo de reconhecer alguma razão), conhecer o seu santuário foi mesmo uma alegria enorme pra mim!

A fé das pessoas, a beleza das edificações e a magia que envolve a história de Nossa Senhora de Fátima e os pastorinhos arrepiam desde o primeiro contato. Como tínhamos um pouco de pressa e fomos com o propósito exclusivo que eu conhecesse o Santuário, não pude sentar e orar como gostaria... Mas a gratidão que tomou conta de mim no interior da Basílica do Rosário ficará para sempre no meu coração.
Acredito que o encanto só não foi maior pela outra realidade ali presente: o comércio católico. Irrita-me DEMAIS o modo como a igreja pede esmolas e a contribuição econômica dos fieis, com inúmeros propósitos. Se Jesus visse o mercenarismo das vendas de velas para o cumprimento de promessas, de imagens de Nossa Senhora de tudo quanto é tamanho e forma, de terra de Fátima (pela bagatela de DOIS euros, oh my God!)... acho que ficaria triste (sim, já li o Novo Testamento).
Ainda assim, e mesmo não sendo católica, os momentos gelados que vivi em Fátima foram únicos! Lindos!

O futuro já começou!

Engraçado como, desde sempre, a semana que antecede a passagem de ano é como se fosse vivida no futuro. Pelo menos para mim. Eu penso e ajo como se já estivesse no ano que está por vir... E reflito sobre o que passou.
No post em que falei sobre 2009 ter sido um ano marcado por muitas mudanças na minha vida, em todos os aspectos, desejei que 2010 fosse o melhor ano de todos. Oxalá meus pedidos sejam atendidos novamente para 2011, porque 2010 foi, sem dúvidas, O MELHOR ANO DE TODOS!
Cresci, realizei sonhos, ri muito, amei muito mais... Tive carinho, tive compreensão, tive amor. Fui feliz! Comportei-me bem direitinho, e faço jus à continuação dessa onda de bons momentos nos anos que virão.
Quero um 2011 recheado de saúde, amor, carinho, diversão, comprometimento, reconhecimento, satisfação, fé e plenitude! Êxito em tudo, sempre!

Se conselho fosse bom, eu vendia, né? Então fica o apelo: Reflitam! Meditem! Orem! Agradeçam!

Dias muito melhores (sim, ainda melhores) estão sempre por vir... Acreditem! QUE VENHA 2011, ESSE LINDO!!!


(amanhã, vou para Viana do Castelo com a Isabel, encontrar meus primos. A passagem de ano será em Braga, com a maioria dos Champlantãs reunida na casa da Tizinha, para minha graça e felicidade! De lá, seguirei rumo a Vinhais... Período de estudos. Volto para Lisboa antes dos exames. Cuidem-se e se comportem neste reveillon! Alegria, alegria!)

dezembro 24, 2010

So this is Christmas...

And what have you done?

Além de se refletir sobre o que foi feito neste ano, o que foi feito neste fim de ano, acho que o Natal é o momento perfeito para definir metas, renovar os votos de esperança para dias muito melhores. Sim, porque dias melhores sempre estão por vir...
Aproveitem esta noite mágica e, livres de preceitos religiosos, acreditem no amor e na união que lhe são inerentes. Esqueçam o valor econômico dos presentes, concentrem-se nas intenções que o levaram até si; esqueçam o Papai Noel e pensem na energia trocada entre cada um na hora dos abraços; esqueçam da Sagrada Família e pensem nas suas famílias, que podem ser de sangue ou de coração.
Esqueçam as diferenças, perdoem (sinceramente, ok?) as pessoas de bem, deixem as mágoas pra lá (não só na noite de hoje, mas de hoje em diante).
Aproveitem cada minuto com quem estiver junto!
Iniciem um ciclo de boas energias, nesta reta final do ano... Rumo à virada de 2010 para 2011, que tem tudo para ser linda!

Amem (do verbo amar)!

Este ano vai ser diferente para mim... Sem minha mãe, sem minha irmã, sem meu pai. Mas com eles bem presentes no meu coração, as always. No frio gelado e úmido da golegã, mas com o calor do meu pensamento e da felicidade de estar vivendo esta data que eu tanto amo em meio ao meu maior sonho!

FELIZ NATAL!!!

dezembro 20, 2010

"A vida é a arte do reencontro..."

... Já dizia o poeta. "O Rio de Janeiro é lindo... E quente!", pensei eu. Para quem sai do gélido Rio Grande do Sul vestindo um casaco de cashmere, aqueles 30 ºC só podiam ser desconfortáveis. Mas o aeroporto do Galeão é uma gracinha, ENORME e cheio de atrações para se passar um dia - desprovido de casacos, claro. Lembrei que tinha saído de Porto Alegre com o celular da mãe: vou correndo aos Correios, enviá-lo pelo Sedex 10. Nem tão correndo, precisava fazer uns telefoneminhas antes: para a Laura, que ia me encontrar ali, e para os queridos que tinham ficado em terras gaúchas. Mais por força do hábito do que por saudades mesmo... Naquele ambiente carioca, eu só queria saber de chegar em Portugal de uma vez!
Fiz o check in bem tranquila, esperei a Laura... Ela chegou, conversamos sobre a Europa (ter amigas viajadas é o ouro!) e fizemos um rico lanchinho juntas. Hora do embarque. Última foto e... Tchau, Brasil!


Fiz um voo maravilhoso pela TAP. Refeições bem servidas, assentos confortáveis, comissários de bordo bem atenciosos e a companhia de um italiano hiperativo mas bem gente boa (embora ele não dormisse e tivesse feito amizade com TODOS os tripulantes, foi ótimo conversar sem parar sobre a Itália).


Não apanhamos turbulências, dormi como um nenê e desembarquei em Lisboa às 07h em ponto. Saí da aeronave direto na rua, inspirando os meus primeiros ares portugueses, responsáveis por renovar o meu espírito naquele momento! Fazia sol e céu azul e ainda dava pra sentir o ventinho gelado da madrugada...
Passei na imigração, levei uma mísera carimbada desbotada no passaporte (pelo menos o funcionário foi super simpático) e me dirigi à longa espera das bagagens... Uma hora lá acabou me deixando bem cansada.
Pronto, bagagens na mão, sala de desembarque à vista. Tenso! Como estarão os tios? Será que se lembrarão de mim? E se não vieram? E se acabaram por se cansar e foram embora? Mesmo assim, o sorriso não saía do meu rosto, de orelha a orelha...

As portas se abriram e IMEDIATAMENTE os meus olhos encontraram os da tia Lourdes. Aquela senhora loira bronzeada, linda, vestida de amarelo e branco (chique e a cara do verão!) me abriu aquele sorriso largo e cativante que só ela tem; meus olhos se encheram de lágrimas.
Saio correndo em direção aos dois e vem o tio Joaquim à frente. "- Tiiiio, que saudade!", e um abraço forte. A seguir: "- Tia...", sucedido de um choro intenso, sentido com o bater forte dos corações que se encontravam naquele abraço esperado há 13 anos. Abraço apertado, que reuniu toda a nossa família, os nossos sentimentos e as nossas lembranças num reencontro que eu posso chamar, com toda a certeza, de mágico.
Mal sabia eu que, a partir dali, tudo ia mudar. Minha visão de mundo ia ser mais completa, meus desejos tornar-se-iam mais próximos e o meu coração, ah... Indubitavelmente tomaria as proporções mais gigantescas que já se viu.

Tudo por um simples reencontro, que desencadeou outros tantos... Mas isso é assunto para outro post.

dezembro 18, 2010

Derradeiros suspiros...

Porto Alegre, 06h. Últimos olhares, última vez que entrei naquele carro que eu adorava, última vez que me acomodei naquele banco que já era meu. Olho pra frente, olho pra tudo com muita atenção. Dor no peito, angústia.
Chego ao Aeroporto Salgado Filho, corro ao balcão da TAM para o check-in. Ufa! Ainda dá tempo para um cafezinho. Mãe e Nathalia atrapalhadas como sempre, preços exorbitantes como em qualquer aeroporto... iPhone distraindo minha atenção, partidas de aeronaves na janela ao lado. Frio na barriga.
Acreditando estar ainda um pouco adiantada, dirijo-me vagarosa à sala de embarque. A fila é grande e o horário, na verdade, já era apertado. Hora das despedidas.
Olho para os três como se fosse a última vez e os meus olhos explodem em lágrimas, como um vulcão quando entra em erupção. As lágrimas que os deixaram com o azul encarnado emergiram numa forma de libertação: sai a dor, entra o amor. Queria que eles recebessem todo o meu amor naquele líquido transparente que me trazia tanto alívio. Amores diferentes, mas iguais. Minhas joias preciosas naquele momento precioso, eternizado na pulseira que nunca mais saiu do meu pulso... Queria ser do tamanho do meu coração naquela hora, e levá-los comigo.
Algumas fotos e a pressão do relógio desviam as atenções. Chega a hora de (realmente) partir. De virar as costas. De deixar a minha energia ali e sair com o vazio pesado daquela ausência... Último olhar. Os três chorando como eu. Os três sentindo como eu. Os três e eu, no momento mais íntimo que testemunhamos juntos.
Triste? Nunca! Cada despedida serve sempre para se declarar amores de maneira intensa. Cada despedida me deixa nua de sentimentos: esqueço tudo e só penso no amor. Amor sem limites, amor que era a tradução de mim mesma.
Foi assim que parti: com a certeza de que o amor dissipa qualquer distância e une corações na eternidade de cada momento. E isso é, definitivamente, imutável.

Nada se compararia, entretanto, à alegria do reencontro que me aguardava depois dali...

dezembro 17, 2010

"Não evoluo, viajo"...



Foi essa frase do Fernando Pessoa (lida na estação do Metro - Parque) que me levou a inúmeros pensamentos aleatórios e fundamentais da minha fase atual.

No meu último aniversário, passei boas horas refletindo sobre a minha vida até aquele momento: quem estava comigo, quem não estava mais, no que eu tinha errado, no que eu tinha acertado, quais eram os meus objetivos... E por aí vai. Não obstante meus principais objetivos permanecessem os mesmos, notei que eu havia mudado. O foco era outro, as prioridades também; só pessoas especiais estavam ao meu lado, torcendo por mim e me apoiando sempre. Eu podia dizer que, mesmo com os problemas inevitáveis, eu era uma pessoa feliz.
Eis que, então, recebi a notícia do prêmio da bolsa de estudos que me trouxe a Portugal. Saltei de felicidade durante muito tempo e iniciei os preparativos para a tão sonhada viagem... Correria, pressão, desesperos recorrentes e uma pitada de angústia em alguns momentos; nervos à flor da pele. Felicidade intensa, mesmo assim.
Percebi que algo tinha saído dos eixos quando faltava mais ou menos uma semana para o meu embarque, o que julguei ter sido causado pelo stress pré-viagem/mudança-de-vida que se aproximava. Lógico que não dei muita atenção a isso, afinal havia muito assunto mais importante para eu me preocupar.
Cheguei. Família, amor, abraços, sorrisos, recordações, choros e muita emoção desde o primeiro encontro. Tudo estava tão, mas tão feliz que se melhorasse estragava.
Até que estragou, de fato: sofri a maior decepção de todas as anteriores (e o meu histórico de decepções é longo... Pensa na mistura de coração mole com credulidade em excesso e ingenuidade) e senti que o mundo tinha acabado para mim, como se eu tivesse perdido o chão, o ar. Como se eu não tivesse a capacidade de distinguir o bom do mau ou quem é e quem não é digno da minha confiança. Chorei de dor, senti-me traída e, vejam só!,  injustiçada.
Mas, diferente das outras tragédias da minha vida, dessa vez não caí. Sofri o luto do choque, da perda, da mudança, mas não remoí fatos depois disso (muito embora minha opinião seja uma só - a qual, claro, está sempre sujeita a mudanças). Esbravejei e deixei passar... Não me permiti a depressões, nada seria capaz de mudar a minha vida, a minha experiência, os meus anseios. Mesmo antes de tudo isso, eu já havia decidido que nada mudaria o meu rumo. Nada nem ninguém.
Concluí, pois, que guardar rancores é perda de tempo e que superar a dor através do amor, desviando maus pensamentos e valorizando quem o que existe de bom na vida é o que há de melhor para nos fortalecer e nos ajudar a ver o lado bom de tudo. Sorri! Cantei! Me permiti! A vida é curta demais para se perder tempo com o que não traz felicidade...
É claro que não demorei a me ver completamente restabelecida. Nova, inteira, pronta para viver mais plena do que nunca os lindos momentos que me esperavam... E eles vieram! Vêm!
Esse crescimento se deu em parte pela minha força de vontade (obrigado, amigas!), mas em outra parte (bem mais considerável) pela mudança de ares que eu estou tendo o prazer de experimentar. Se não mudasse de ambiente, se não conhecesse outras pessoas e não frequentasse outros lugares, tudo teria sido bem mais difícil!
Anyway, sinto que a distância está servindo sobretudo para que eu me autoconheça profundamente, avalie os meus erros com mais crítica e analise meus acertos como exemplos. 
Sinto que cresci anos nestes três meses em terras lusitanas...! Nunca parei de viajar, seguindo destinos, seguindo o meu destino e seguindo os meus pensamentos. E, a cada nova experiência, a cada olhar ou sorriso trocado com alguém, sinto o meu coração mais completo. Cada conversa se reflete num turbilhão de aprendizados; cada história, numa nova vida; cada realidade, numa nova realização.

É como se um outro eu tivesse definitivamente tomado conta daquele que ficou em Pelotas e que nunca mais vai voltar...

dezembro 09, 2010

PORTUGAL!



Desde sempre, ouvi e li inúmeras histórias sobre a minha família: de onde eu vim, quem era quem e o que fizeram para que tudo tivesse chegado onde chegou, uma parte minúscula no Brasil e todos os outros em Portugal.
Aprendi que a nossa terra é Vinhais, nordeste serrano de Trás-os-Montes, e que a nossa família é muito conhecida lá pela firmeza de caráter de seus componentes, que sofreram muito para sempre manterem a força de seus princípios e ideais. Aprendi que o meu trisavó foi um combatente da única e pequena revolução que teve em Portugal quando da instauração da República, em 05 de Outubro de 1910 (o grande Luciano Gomes, republicano até a raiz dos cabelos, que combateu a resistência monarca em Vinhais apenas com uma machadinha). Aprendi que o nosso apelido (ou a nossa alcunha, como dizem em Portugal) é Champlantã porque quando o meu trisavô cultivava as vinhas, media a intensidade do vento com latas, que faziam "champlantã, champlantã, champlantã..." e as pessoas que observavam isso passaram a associar o rufar das latas com o temperamento reto e severo do próprio Luciano, aquele que não se calava diante de qualquer injustiça, aquele que não se calava na defesa dos seus princípios e na proteção da família... O Champlantã por excelência!
Conheci muitas das histórias do meu bisavô António Luciano, o Tonanhas, que foi seminarista, alfaiate, intelectual e carcereiro em Vinhais, que criou oito filhos da forma mais tenaz e disciplinar possível... Conheci histórias dos irmãos do Tonanhas, sobretudo as do tio Vergílio, que foi mártir do Salazar, sofreu as maiores torturas e humilhações por ser opositor ao Estado Novo Fascista, e depois do 25 de Abril se tornou um dos heróis nacionais... Conheci histórias dos irmãos da minha tia Bela, meus tios em segundo grau que sempre foram como diretos, dada a intimidade com que sempre nos tratamos - mesmo com um oceano de distância entre nós.
Conheci as histórias dos meus primos, dos lugares que viajaram, das escolhas que fizeram... Sempre senti a união dessa família maravilhosa e sempre lamentei muito não estar presente nos momentos-chave como Natal, Ano Novo, aniversários, 25 de Abril... Numa tentativa de compensar essa falta, esse vazio causado pela distância que nos separava, desenhei e escrevi muitas cartas para todos! Tirei muitas fotos dedicadas a eles, pensei muito neles em cada momento importante da minha vida, vibrei intensamente com cada telefonema, cada anúncio do carteiro e, mais recentemente, com cada e-mail oriundo da minha Terrinha amada.
Aprendi sobre a História de Portugal desde os seus tempos mais primórdios até, sobretudo, a Revolução dos Cravos...
E tudo, tudo isso sempre se deu graças ao coração gigantesco da minha Bebé... Minha madrinha, segunda mãe, vó, amiga e tudo de mais bonito que existe nas influências da minha vida e da minha personalidade. Ela, maravilhosa, sempre fez questão de me mostrar tudo, de me contar cada pormenor das suas recordações. Primeiro por amor às nossas memórias familiares, as quais ela defendia com unhas e dentes, por acreditar que não podiam se perder com o tempo. Além disso, porque contar e relembrar era a forma de amenizar as saudades tão fortes que ela sentia de tudo e todos...


Como eu e a minha irmã fomos criadas pelos meus pais e pelos meus avós (vô, vó e Bebé), crescemos apaixonadas por Portugal e pela nossa família: eu sentia como se eu mesma tivesse sofrido a dor da separação e da imigração, tamanha força que esse amor tem dentro de mim; sentia saudades de familiares que nunca tinha visto, sentia que conhecia Portugal inteiro sem nunca ter de fato pisado na Terrinha.
Sonhei tanto com o cheiro, com as pessoas, com a vivência de cada hábito no lugar original... Sonhei tanto com o encontro com o tio Hélder, a Tizinha, o Fernando, a tia Alda, o tio Leonel, a Betiz, os gêmeos e o Tomé, o tio Abílio e a tia Luísa, a Inês e a Ana Rita... A Isabel, o Jorge e a Nandinha... E todos os outros. Sonhei tanto em voltar a abraçar e apertar muito a tia Lourdes e a tia Maria, o tio Joaquim e o tio Victor... Sonhei tanto em respirar o ar de Vinhais, em percorrer as estradas transmontanas, em conhecer cada lugarzinho onde elas cresceram e que foi palco de tantas histórias da minha gente, do meu sangue...


Parecia que quanto mais eu sonhava, mais distante se mostrava essa viagem que eu considero como sendo um sonho da minha alma... Cada notícia de alguém que ia para Portugal só por ir, só para conhecer alguns dos pontos turísticos (muita gente que inclusive ficava falando mal depois) me deixava um bocado desapontada. "Quando que vai chegar a minha vez?", eu pensava frequentemente.


Quem acredita sempre alcança!

Se eu não tivesse essa máxima como lema da minha vida, teria desistido desse sonho, tão arduamente conquistado! Passei noites e noites em claro, estudando e pesquisando... Publiquei trabalhos e os apresentei muitas vezes com poucas forças físicas, fiz ginástica com os meus horários e condições de vida (trabalhando e estudando em Rio Grande, sem lugar para morar lá e vivendo às custas da boa vontade das minhas maravilhosas amigas-irmãs, que me estenderam as duas mãos, os braços, os ombros, os abraços e os corações SEMPRE que eu precisei), corri atrás de professores, de material de pesquisa... Fiz tudo o que estava (e o que não estava também) ao meu alcance, não esmoreci nunca...
E o resultado tá aí: fui aprovada na seleção que a FURG fez em conjunto com o programa Santander Universidades para estudar um semestre em Portugal! Tentei em 2008 e não consegui, fiquei como suplente e ninguém (óbvio) desistiu da bolsa, tentei em 2009 e a minha inscrição sequer foi homologada por ausência de um dos documentos (não aceitaram meu CV Lattes sem as cópias de TODOS os certificados)... Até que em 2010, com o mesmo projeto que eu sempre acreditei, fui lá, com muita fé, e participei de novo.
O resultado não poderia ser diferente: passei em primeiro lugar! E tive a liberdade de escolher em qual universidade portuguesa eu queria estudar - Universidade Nova de Lisboa, Universidade de Coimbra ou Universidade do Minho.
Impossível descrever o que eu senti quando soube de tudo isso... Que, finalmente, eu estava vivendo a maravilha da recompensa por tantos e tantos esforços, por tanta espera! Que o cara lá de cima tinha olhado pra mim e decidido que era a minha hora. E que essa minha hora tinha vindo da forma mais perfeita possível!
Por que Lisboa? Para viver com a minha tia Lourdes amada... Para viver no clima do qual eu sinto muuita falta, desde que os meus velhos se foram. Para viver em Lisboa. Por ser a UNL uma universidade nova, dinâmica, cheia de boas perspectivas e ter uma Faculdade de Direito muito bem conceituada nos padrões europeus e mundiais.
Quando cheguei aqui, inspirei o ar mais mágico da minha vida! Quando encontrei os meus queridos, chorei as lágrimas mais puras que eu já tinha chorado. E o meu coração bateu no ritmo mais emocionante que eu já havia sentido.

Sabe quando a gente se sente plena, realizada, intensamente amada e feliz?

Assim mesmo.

novembro 29, 2010

Atualizar?

Sim! Já tá na hora...


Aguardem os próximos capítulos!


Beijinhos, cheios de encanto (...).

agosto 11, 2010

O que me faz suspirar?

- o beijo da minha mãe, quando eu estou pronta para dormir;
- as surpresas da minha irmã;
- uma descoberta feliz;
- uma boa música;
- um bom filme;
- sol, frio e aconchego;
- reencontros;
- boas notícias;
- reconhecimento;
- sonhar, sonhar, sonhar...

agosto 05, 2010

La vie en rose

Des yeux qui font baiser les miens,
Un rire qui se perd sur sa bouche,
Voilà le portrait sans retouche
De l'homme auquel j'appartiens
Quand il me prend dans ses bras
Il me parle tout bas,
Je vois la vie en rose.
Il me dit des mots d'amour,
Des mots de tous les jours,
Et ça m'fait quelque chose.
Il est entré dans mon coeur
Une part de bonheur
Dont je connais la cause.
C'est lui pour moi,
Moi pour lui dans la vie,
Il me l'a dit, l'a juré
Pour la vie.
Et dès que je l'apercois
Alors je sens en moi
Mon coeur qui bat
Des nuits d'amour à plus finir
Un grand bonheur qui prend sa place
Des ennuis des chagrins s'effacent
Heureux, heureux à en mourir.

[Pour tous ceux qui me fait me sens tout cela, tous les jours. Je t'aime Flávio, mon amour!]

agosto 03, 2010

Refletindo...

"Tudo muda o tempo todo no mundo", já diz a música. Mas o ser humano, especialmente, tem o dom de mudar, reinventar-se, melhorar ou piorar. Basta querer e se empenhar sinceramente para que isso aconteça.
O problema é quando essas mudanças servem para afastar as pessoas. Não que isso seja mau, pelo contrário. Acho que alguns afastamentos são necessários para a evolução natural de uns e outros. Contudo, sinto muito quando quem está a se afastar é alguém que já foi em algum momento muito próximo e querido.
Meu Deus, quantas pessoas eu já amei com todas as minhas forças e que hoje não significam nada para mim? Ei...
Fazem falta hoje? Claro que não! Nem um pouquinho... Acho inclusive que atrapalhariam a minha vida se estivessem no meu convívio, afinal nossas diferenças são abismais hoje em dia.
Anyway, o que eu quis dizer com sinto muito no primeiro parágrafo diz respeito às saudades que ficam e ao clima de nostalgia que de vez em quando toma conta de mim. Passei pelo meio tio hoje, na rua... Meu tio, que foi como um segundo pai para mim. Meu tio, que era o meu exemplo de profissional, de pai, de marido, de filho, etc. Meu tio, que me proporcionou viajar sozinha pela primeira vez. Meu tio, que era tão parecido comigo. Meu tio, meu dindo. Hoje um estranho.
A vida fez com que nos afastássemos, por diversos motivos. O que ficou foi um vazio, que será sempre preenchido com lembranças esporádicas de quando ele era outra pessoa para mim, alguém que influenciava diretamente nas minhas decisões - e, repito, não que as mudanças que ocasionaram esse afastamento sejam ruins, não é esse o cerne da questão. Ditas mudanças nos afastaram, simples assim. O que vale dizer é que são justamente as lembranças as quais acima me referi que fazem com que o meu amor não acabe. Amei quem ele foi.
...
E mais ninguém.

julho 13, 2010

Vou sentir muita saudade...

- De olhar, beijar, abraçar e cheirar o Flávio por minutos infinitos;
- De dormir com ele;
- De ver filme comendo chocolate e com a cabeça deitada no peito dele;
- Do olhar dele;
- Da voz dele bem sussurrada no meu ouvido;
- Dos repetidos "eu te amo... muito", que me deixam sempre suspirando;
- De me gostosar com ele;
- Das nossas comilanças de categoria;
- Das nossas conversas no carro, no quarto, nos nossos lugares;
- Dos nossos planejamentos para o fim de semana, quase sempre nas tardes de sexta;
- De ele me ligar várias vezes ao dia;
- De tomar aqueeele chimarrão que só ele faz;
(...)


e tantas, tantas, tantas outras coisas...

junho 18, 2010

Pensar, pensar...

"Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de refexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, nao vamos a parte nenhuma".

Descansa em paz, Saramago.

In my life...

There are places I'll remember
All my life, though some have changed
Some forever, not for better
Some have gone, and some remain
All these places have their moments
With lovers and friends, I still can recall
Some are dead and some are living
In my life, I've loved them all
But of all these friends and lovers
There is no one compares with you
And these memories lose their meaning
When I think of love as something new
Though I know I'll never lose affection
For people and things that went before
I know I'll often stop and think about them
In my life, I'll love you more
Though I know I'll never lose affection
For people and things that went before
I know I'll often stop and think about them
In my life, I'll love you more.

junho 16, 2010

Enquanto isso, no Foro...

Pensa na seguinte situação: Fulano é credor de um cheque de R$ 440,00 que prescreveu. Ingressa, pois, com ação monitória contra o devedor Beltrano, a fim de dar a eficácia executiva que o seu título perdeu devido à consumação da prescrição. Beltrano, devidamente citado, apresenta embargos à monitória, representado pela Defensoria Pública, expondo as razões pelas quais inadimpliu a obrigação e apresentando proposta de acordo.
Fulano responde aos embargos, demonstrando o valor atualizado do débito e negando a proposta feita por Beltrano.
Beltrano insiste, pedindo audiência conciliatória e realizando nova proposta.
Fulano nega novamente e o pedido de conciliação é indeferido pelo juízo porque Fulano, ao negar essa proposta, assevera que o que pretende receber é o valor atualizado da dívida nos moldes que entende serem devidos.
Beltrano, brasileiro que não desiste nunca, peticiona mais uma vez, mencionando que é pescador de camarão – que teve uma das piores safras dos últimos anos na Região Sul do Rio Grande do Sul –, sobrevive graças ao seguro defeso e, para completar, possui cinco(!) filhos. Ao final, suplica para o credor Fulano aceitar a proposta de pagamento na forma como lhe é possível cumprir.
Fulano, o que faz? Nega. Quase furioso, suscita que só aceita receber o valor devidamente acrescido de juros e correção monetária.
Os autos vão conclusos para sentença.
A sentença é pela procedência do pedido.
Já em fase de execução, Fulano postula a penhora de todos os bens de Beltrano. Este, é claro, só possui um barco, que é bem de família (bem de família é impenhorável).
Os autos vão para o arquivo judicial: não há como executar o devedor Beltrano e Fulano, juntamente ao seu deplorável advogado, fica com uma mão na frente e outra atrás.
.
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Poderia ter aceitado o acordo? Lógico. DEVERIA.
O que me parece é que o procurador de araque quis dar uma de sabichão na frente do cliente; deve ter dito que a ação estava ganha. E realmente estava. Mas e o objetivo final do Fulano, que era a satisfação do seu crédito? Pobre do patrono, esqueceu(?) dessa parte.

Moral da história? Para advogado burro, todo fracasso é pouco. Antes de saber o Direito, é fundamental que se saiba lidar com pessoas.

junho 14, 2010

"Não me pergunte quem sou e não me diga para permanecer o mesmo."
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Foucault, eu preciso de ti na minha estante. Now!

junho 11, 2010

Direto dos anos 80

Welcome to your life, there's no turning back,
Even while we sleep, we will find you
Acting on your best behavior
Turn your back on mother nature,
Everybody wants to rule the world
It's my own design, it's my own remorse,
Help me to decide, help me make the
Most of freedom and of pleasure,
Nothing ever lasts forever,
Everybody wants to rule the world
There's a room where the light won't find you
Holding hands while the walls come tumbling down
When they do, I'll be right behind you
So glad we've almost made it
So sad they had to fade it
Everybody wants to rule the world
I can't stand this indecision
Married with a lack of vision
Everybody wants to rule the world
Say that you'll never, never, never, never need it.
One headline, why believe it?
Everybody wants to rule the world.
Of freedom and of pleasure,
Nothing ever lasts forever,
Everybody wants to rule the world

(Tears For Fears)

junho 04, 2010

CONFIRMADO (parte II: ansiedade recorrente)

A cada dia que passa, mais próxima fica a minha viagem. Mais próxima a realização do meu sonho! Posto isso, as dúvidas que inevitavelmente surgem na minha cabeça me deixam cada vez mais ansiosa: Será que meu coração vai aguentar? Será que vai corresponder às minhas idealizações? Será que vou levar tudo à altura? E por aí segue...
Conhecerei pessoas e lugares que sempre estiveram na minha memória fotográfica, mesmo sem nunca ter havido qualquer contato físico. Realizarei desejos que sempre permearam veementemente meus pensamentos e sonhos noturnos... Iniciarei o meu primeiro grande empreendimento. Encontrarei a minha enooorme família e a minha segunda terra adorada... Em contrapartida, deixarei as pessoas que eu mais amo à minha espera... É completamente natural que eu fique com os sentimentos à flor da pele diante de tudo isso!
Quando menos espero, estou chorando compulsivamente: uma cena de filme, de novela, uma demonstração de carinho, um beijo, um olhar, muitas fotografias e lembranças, muitas conversas... Tudo contribui para o meu atual estado de espírito, de manteiga derretida assumida. Engana-se, contudo, quem pensa que estou triste ou melancólica: nunca estive tão feliz em toda a minha existência! Não fosse a ausência do meu pai, tudo na minha vida estaria perfeito. Vá lá, quase tudo está: minha mãe e minha irmã lindas, meu namorado incrível, meus amigos fabulosos, minha faculdade amada... Etc., etc.
Não canso de expressar e me sentir grata por tudo isso... Diária e constantemente. Gratidão nunca é demais! E eu sinto forte aqui dentro que esse período maravilhoso é só o início; ainda haverá muito, muito, muito mais a agradecer.

maio 10, 2010

CONFIRMADO!

PORTUGAL, AÍ VOU EU!!!


A partir de setembro de 2010 serei a mais nova moradora de Lisboa!

"Lisboa, velha cidade... Cheia de encanto e beleza..."

Fui selecionada para estudar na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa! Farei meu TCC, iniciarei as tratativas para a minha pós-graduação e começarei a realizar o maior sonho da minha vida!

Foi uma árdua e grande conquista, que fez valer a pena cada esforço, sob TODAS as perspectivas. Não tenho palavras para explicar o que é, para mim, a realização desse sonho, exatamente desta forma.

Preciso dizer que sou a pessoa mais feliz do mundo?
Obrigada, Deus, obrigada, vida... Obrigada, obrigada, obrigada!!!

[to be continued...]

maio 06, 2010

Sobre os últimos dias, parte II

É tanta coisa pra dizer e compartilhar, tantas novidades maravilhosas... E pouquíssimo tempo de sentar, organizar as ideias e contar tudo direitinho. Por ora, posso adiantar que estou muito, muito, muito feliz e a minha vida está dando saltos na sua escala de evolução!

abril 26, 2010

Sobre os últimos dias...

Estou em período especial de provas na faculdade e estudando, de fato, totalmente pressionada pelo pouco tempo que tenho disponível. Medo de não completar as revisões das matérias, medo de marcar bobeira na hora H.
Sei que realmente aprendi cada conteúdo, grande parte na prática. Mas quando o assunto é recordar sistematicamente, organizar o pensamento e responder a uma sabatinada de perguntas, fico gelada só em pensar. Vem aquela insegurança costumeira de quem não tem respostas afiadas na ponta da língua.
Ao mesmo tempo, um bocado de novas oportunidades bate à minha porta. Algumas dessas eu nem mesmo sonhava que um dia fossem surgir como surgiram, diga-se. Pensamento a mil pelo Brasil sobre que caminho seguir.
Sempre que vejo a chegada de qualquer mudança radical, sinto-me tomada por um misto de medo e coragem. Medo de tomar a decisão errada e coragem para enfrentar o que me espera, independente do que seja.
Anyway, qualquer mudança é sempre bem vinda. Mudar me instiga, motiva e renova minhas energias por completo!
Não sei viver sem ser constantemente desafiada. Sem esse desafio, consigo no máximo sobreviver. "Ir levando", como dizem por aí... E isso é tudo o que eu menos quero para a minha vida.

Porque prazer em tudo o que se faz é indispensável. Que venham as melhores decisões e eu siga o meu melhor destino!

abril 08, 2010

B'day!


Aniversário não é só dia de se ganhar presentes e mais demonstrações de carinho do que o comum. Aniversário é dia de comemorar um novo ciclo que adentra nas nossas vidas; muito mais do que o fim do temido inferno astral, aniversário é o marco de um novo ano, o momento de confraternizar com todos aqueles que, de uma forma ou de outra, amamos e queremos bem. É o dia de renovar as esperanças, refletir sobre o que passou e sobre novas perspectivas, (re) traçar metas. Aniversário é dia de agradecer, agradecer mais do que nunca, por estarmos vivos e termos sido abençoados com um dia só nosso. Mais ainda, é dia de agradecer às vitórias conquistadas, às graças recebidas, às lições aprendidas, aos sofrimentos superados... É dia de esquecer o que incomoda, é dia de perdoar, é dia de levantar a cabeça e ser feliz por todas as oportunidades que a vida, de uma forma ou de outra, coloca nos nossos caminhos para que sejamos felizes.
Disse tudo isso em terceira pessoa porque penso que seria meio egoísta fazer essa reflexão pensando só em mim. Contudo, peço licença para dizer que hoje é o meu aniversário e eu estou muito, muito, muito feliz por isso!
Inevitável recorrer às minhas lembranças de vida, todas elas! Sorrir e chorar, sentir saudades... Agradecer a Deus e a todas as pessoas que são ou foram especiais para mim, por tanto amor, tantos sorrisos, tantos aprendizados... Por cada incentivo, cada apoio, cada crítica... Por tudo!


E não é que, para completar a minha felicidade, faz um dia lindo de sol e frio?

abril 06, 2010

Ante à proximidade do meu aniversário...

... Vou publicar a bendita lista de presentes que tanto me pediram para proferir! Momento egocêntrico, sim.

- Bolsas, grandes e que possam ser utilizadas também à tiracolo. Cores: Nude, café ou preto;
- Pen drive 2gb;
- Livros, livros, livros (preferência: Direitos Humanos e Fundamentais. Na verdade, poupem-me apenas dos de autoajuda);
- Make-ups, AMO! (dispenso apenas sombras azuis e blushs cor de rosa);
- Luminária de teto para o meu quarto;
- Brincos, pulseiras, colares... Prata e dourado. Pérolas também são muito bem vindas;
- Trench-coats, cardigans... Preto, cinza ou nude. Ou num bom e velho xadrez preto e branco.
- Bolsas-carteiras (amo, acho chiquérrimo);
- Fones de ouvido de qualidade;
- Caixinhas de som para o meu desktop (faz tanto tempo que as minhas queimaram que nem lembro ao certo quando foi!);
- Entradas para o cinema, planos de viagem, pacotes em salão de beleza... Não esqueço nunca dessas ideias, bem diferentes e bem funcionais. Sempre adorei ganhar presentes desse tipo!
- Cartões, cartas, bilhetes... Palavras e intenções me tocam muito mais fundo do que quaisquer bens materiais.

Assim que for lembrando, vou atualizando isso aqui... Beijos!

março 26, 2010

Respeito é bom - e eu ADORO


A implicância começou em junho. Até aí, só existia, acreditem, muita admiração (apesar de alguma frustração, justamente por eu ter visto que quase nada era como parecia ser).
Houve textos emocionantes, chamadas no telefone, chamadas no MSN, e-mails secretos, DM no Twitter... Sem contar a bisbilhotagem diária no Orkut. Irritei-me com tudo isso? Bastante, afinal era o meu pedaço de sonho que estava sendo cobiçado. Mas essa irritação nem se compara ao dó que eu senti ao constatar que, coitadas!, pessoas assim não sabem respeitar o outro - apesar de, lógico, pensarem exatamente o contrário. Dignas de pena!
Na minha singela opinião, quem não sabe perder ou não sabe admitir que perdeu nunca será completamente feliz, por mais que tenha uma vida em grande parte satisfatória ou que tenha realizado a maioria dos seus objetivos. Quem realmente é feliz não precisa se valer de baixas artimanhas para chamar a atenção. Quem realmente é feliz não precisa nem mesmo chamar atenção. Quem realmente é feliz e, de fato, supera cada etapa da vida, não vai além do limite das lembranças para criar uma nova realidade com o que já passou.
Mais do que tudo isso: Quem realmente é feliz não precisa passar por cima das pessoas para se fazer presente. Simplesmente se faz. Simplesmente é.

Ok, está dado o meu recado. Não voltarei a tocar nesse assunto com ninguém. Quem me conhece sabe do que eu estou falando e esta é a resposta para tudo o que insistem em querer conversar comigo acerca disso.

março 22, 2010

"O que ela quer é falar de amor. Fazer cafuné, comprar presente, reservar hotel pra viagem, olhar estrela sem ter o que dizer. Quer tomar vinho e olhar nos olhos. Ela quer poder soprar o que mora dentro, o que não cabe, que voa inocente e suicida. Ela quer o que não tem nome. Quer rir sem saber de quê, passar horas sem notar, quer o silêncio e a falação. Ela quer bobagem. Quer o que não serve pra nada. Quer o desejo, que é menos comportado que a vontade. Ela quer o imprevisto, a surpresa, o coração disparado, o medo de ser bom. Quer música, barulho de e-mail na caixa, telefone tocando. Ela tem muito e quer mais. Quer sempre. Quer se cobrir de eternidade, quer o oxigênio do risco pra ficar sempre menina. Ela quer tremer as pernas, beijo no ponto de ônibus e a milésima primeira vez. Quer cor e som, lembrança de ontem, sorriso no canto da boca. Ela quer dar bandeira. Quer a alegria besta de quem não tem juízo. O que ela quer é tão simples. Só que ela não é desse mundo."

(Cris Guerra)

março 17, 2010

março 10, 2010

Há tanto a ser dito...

... Que nem sei por onde começar!
Só sei que tenho pensado incessantemente, desde ontem, no que escrever sobre os últimos acontecimentos. Deixei para depois, preferi ler um livro, revirar umas fotos, sonhar um pouco mais... Até que recebi uma notícia bastante triste, que me tirou totalmente a concentração ou qualquer foco que eu tenha dado nos momentos precedentes.
A Lua, gatinha preta mais sofisticada que eu já vi, filha da Lúcia e membro da família Badia há 13 anos, faleceu. Há meses vinha sofrendo os sinais da idade avançada, além de problemas renais crônicos que a debilitaram consideravelmente neste fim de vida. Mesmo assim, continuava soberana, linda e querida com as poucas pessoas que ela escolhia para afagar. Continuava toda Lua.
Essa perda está sendo uma lástima muito profunda a todos, inclusive a mim. Por mais que pensássemos estar preparados para o pior, foi um baque e tanto. Na verdade, nunca estamos preparados para a morte. Nunca a aceitamos de bom grado e sempre morre uma parte de nós mesmos junto dos nossos entes queridos.
Como eu disse para a Helena, o que conforta são as lembranças, enraizadas em nossas memórias e responsáveis por manter sempre vivos aqueles que amamos. Da maneira mais viva e intensa possível! No caso, a relação de amor e cumplicidade tão linda que havia entre a Lua e a Lúcia está eternizada na arte da própria Helena, que, de maneira tão sensível e colorida, retratou-as numa pintura feita em óleo sobre tela.
Em um ano de convivência com a Lua, posso dizer que nos conquistamos reciprocamente. Mal passei a frequentar a residência dos Badia e, para surpresa de todos, fui logo escolhida por ela para receber carinhos e ronrons subitamente. Claro, ela me encantou justamente pela sua personalidade introspectiva, marcante e seletiva - sobretudo quando o assunto era interação social.
Não estou bem, evidentemente. Aliás, passei o dia todo de ontem com uma angústia que parecia não ter motivos, um vazio incompreensível, afinal tinha muitos motivos para somente sorrir. Quando me desliguei daquela sensação estranha e estava definitivamente recomposta, recebi a má notícia.
Fiquei em choque por algum tempo, refleti bastante, conversei outro tanto... Lembrei muito da minha Safira amada... Mas acho que só vou me deparar com a realidade de fato quando perceber a ausência da Lua e dos seus olhos lindos, que pareciam ser de vidro. Ou não. Luto é questão de tempo e nada como um dia após o outro para curar qualquer dor ou ferida (ainda dói muito a falta da Safira, N.E.).
Quanto à formatura do Flávio e tudo o que a envolveu... Isso é assunto para outro post. Por ora, adianto que foi tudo perfeito e maravilhoso, um dos dias mais felizes da minha vida!

março 03, 2010

Vontade inquietante...

De dizer tudo o que se passa aqui dentro, esclarecer alguns mal entendidos, demonstrar alguns carinhos resguardados e, sim, falar sem pensar nada mas sentindo muito...
Por outro lado, vejo que ponderação nunca é demais e que sopesar palavras e momentos é uma característica inerente à vida adulta. Mais do que isso, é inerente à maturidade!
Como diria a minha avó: "O calado vence!" - adoro as máximas da minha vó, sempre tão pertinentes. Ao que me parece, deveria segui-las sempre.

Melhor eu ficar quieta mesmo.

fevereiro 22, 2010

Nessa espera o mundo gira em linhas tortas...


Definitivamente, não faz parte do meu perfil ficar esperando sentada as coisas acontecerem. Eu vou atrás. Faço o que tiver que ser feito para ser perfeita em tudo na minha vida. Dedicação extrema, cansaço e recompensa já fazem parte dos meus procedimentos-padrão (existe esse hífen?). 
Acontece que por causa desse jeito totalmente inquieto, esperar me dá calafrios. Muito melhor botar a mão na massa e saber o resultado imediatamente do que agonizar com respostas que nem sempre podem ser as esperadas. Paciência é um dom divino que, infelizmente, ainda não predomina na minha personalidade.
E enquanto isso, o mundo continua aí, girando, sol a sol (e quantos espetáculos esse astro rei nos proporciona, não é mesmo?). E a vida vai seguindo o seu rumo, como tem que ser. Cada instante, cada alento... Procuro viver da maneira mais plena que me é possível.

E que as minhas perguntas sejam respondidas corretamente, atendendo aos meus anseios e representando a colheita dos bons frutos que semeei ao longo da minha vida.

fevereiro 04, 2010

"Mãe, me dá uma maninha?"

Eu devia ter uns 3 ou 4 anos quando repetia essa frase a quase todo instante. Minha mãe, pacientemente, sempre respondia: "Um dia o Papai do Céu vai te dar uma". E eu continuava idealizando, idealizando... Uma bonequinha loirinha, que ia brincar comigo, com quem eu ia dividir tudo o que eu tinha, de quem eu ia cuidar sempre...
Esperei tanto ouvir uma confirmação de gravidez por parte da minha mãe, que quando ela finalmente engravidou (acho que nem demorou tanto tempo, mas para criança cada minuto é uma eternidade), perguntou delicadamente:

"Lembra que tu pedias uma maninha pro Papai do Céu...?"

Ao que imediatamente, curta e grossa, respondi:

"Tu queres me dizer que estás grávida, mãe?"

E ela estava. E eu curti intensamente cada minuto daquela gravidez, conversando com o nenê, comprando roupinhas e coisinhas para ele, planejando com os meus pais como seria depois do nascimento, escolhendo o nome...
Como assim, "o" nenê? Eu sempre soube que era uma menina! Como eu sempre idealizei.
Após o nascimento, eis que não me decepcionei em nada: Era perfeita! Bem loirinha, pequenininha, de olho azul, parecia uma boneca! E tinha o par de mãos mais delicado que eu já havia visto! Não era por acaso que eu exibia o meu bibelô para todos, tão feliz e orgulhosa... Todas as fotos daquele ano de 92 confirmam a felicidade a que estou me referindo!
O bebê esticou... Mudou... Cresceu! Brigamos muito e fizemos as pazes muito mais! Por muito tempo esperei que ela fosse exatamente do meu jeito e aprendi que todos somos diferentes. Mais do que isso: Aprendi a respeitar as nossas diferenças. Ensinei-a a falar palavrão, comer demais, dormir demais e prestar muita atenção aos ensinamentos (fosse estudando para o colégio, fosse brincando de colégio, ela sempre foi uma aluna exemplar nas minhas aulas)... Nunca conseguimos brincar de Barbie, mas, em contrapartida, corremos juntas, andamos muito de bicicleta, pescamos juntas e disputamos bravamente o melhor lugar no sofá, a atenção da Bebé, os chocolates do vô, os mimos da Jaque...
Eu me achava em vantagem por ser a mais velha, mas era ela quem dormia comigo quando eu via filmes de terror. Não raro ela aprontava alguma e fazia todos acreditarem que a culpada era eu; mas era a primeira a me defender quando algo ou alguém me incomodava...
Em 18 anos de existência, a Nathalia foi uma irmã, uma amiga, uma mãe, uma filha, uma confidente. Numa só palavra, posso dizer que ela é e sempre foi LINDA! De um coração enorme e um cabeção maior ainda (e não tô falando fisicamente, hein?). Exemplo de educação, bom senso, ponderação e inteligência, ela é aquela que eu quero ter sempre enchendo todos os espaços da minha vida e do meu coração.
Apesar dos pesares e das diferenças, somos unha e carne e não fazemos NADA sem consultar uma a outra. Ela me entende e sabe exatamente como reagir de acordo com o meu estado de espírito, seja me aconselhando ou silenciando oportunamente. Ela é o meu bebê e o meu chão, ever. Amor incondicional? Pois é.

Feliz aniversário, minha amada!