dezembro 20, 2010

"A vida é a arte do reencontro..."

... Já dizia o poeta. "O Rio de Janeiro é lindo... E quente!", pensei eu. Para quem sai do gélido Rio Grande do Sul vestindo um casaco de cashmere, aqueles 30 ºC só podiam ser desconfortáveis. Mas o aeroporto do Galeão é uma gracinha, ENORME e cheio de atrações para se passar um dia - desprovido de casacos, claro. Lembrei que tinha saído de Porto Alegre com o celular da mãe: vou correndo aos Correios, enviá-lo pelo Sedex 10. Nem tão correndo, precisava fazer uns telefoneminhas antes: para a Laura, que ia me encontrar ali, e para os queridos que tinham ficado em terras gaúchas. Mais por força do hábito do que por saudades mesmo... Naquele ambiente carioca, eu só queria saber de chegar em Portugal de uma vez!
Fiz o check in bem tranquila, esperei a Laura... Ela chegou, conversamos sobre a Europa (ter amigas viajadas é o ouro!) e fizemos um rico lanchinho juntas. Hora do embarque. Última foto e... Tchau, Brasil!


Fiz um voo maravilhoso pela TAP. Refeições bem servidas, assentos confortáveis, comissários de bordo bem atenciosos e a companhia de um italiano hiperativo mas bem gente boa (embora ele não dormisse e tivesse feito amizade com TODOS os tripulantes, foi ótimo conversar sem parar sobre a Itália).


Não apanhamos turbulências, dormi como um nenê e desembarquei em Lisboa às 07h em ponto. Saí da aeronave direto na rua, inspirando os meus primeiros ares portugueses, responsáveis por renovar o meu espírito naquele momento! Fazia sol e céu azul e ainda dava pra sentir o ventinho gelado da madrugada...
Passei na imigração, levei uma mísera carimbada desbotada no passaporte (pelo menos o funcionário foi super simpático) e me dirigi à longa espera das bagagens... Uma hora lá acabou me deixando bem cansada.
Pronto, bagagens na mão, sala de desembarque à vista. Tenso! Como estarão os tios? Será que se lembrarão de mim? E se não vieram? E se acabaram por se cansar e foram embora? Mesmo assim, o sorriso não saía do meu rosto, de orelha a orelha...

As portas se abriram e IMEDIATAMENTE os meus olhos encontraram os da tia Lourdes. Aquela senhora loira bronzeada, linda, vestida de amarelo e branco (chique e a cara do verão!) me abriu aquele sorriso largo e cativante que só ela tem; meus olhos se encheram de lágrimas.
Saio correndo em direção aos dois e vem o tio Joaquim à frente. "- Tiiiio, que saudade!", e um abraço forte. A seguir: "- Tia...", sucedido de um choro intenso, sentido com o bater forte dos corações que se encontravam naquele abraço esperado há 13 anos. Abraço apertado, que reuniu toda a nossa família, os nossos sentimentos e as nossas lembranças num reencontro que eu posso chamar, com toda a certeza, de mágico.
Mal sabia eu que, a partir dali, tudo ia mudar. Minha visão de mundo ia ser mais completa, meus desejos tornar-se-iam mais próximos e o meu coração, ah... Indubitavelmente tomaria as proporções mais gigantescas que já se viu.

Tudo por um simples reencontro, que desencadeou outros tantos... Mas isso é assunto para outro post.

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